Sunday, September 13, 2009

LARANJAL DE MINHA ADOLESCÊNCIA.

Certamente não direi que minha adolescência, no Laranjal, foi melhor que a dos adolescentes de hoje. O “naquele tempo”, dirão alguns, é coisa de velho. Mas... Sempre há um mas!
Concurso de Pesca.
Gente, havia peixe na Lagoa aos montões!
O Clube ficava no final da praia, (não o final de hoje), e promovia concursos bastante concorridos.
Era responsabilidade de o pescador levar os apetrechos de pesca: caniço, linha, isca e um saco de estopa para colocar os peixes. A pescaria, feita na beira da praia, com os pescadores alinhados uns ao lado dos outros, em espaços regulares. Ainda não existia o Trapiche do Valverde. Ah! Muito menos o Valverde!
Depois de um determinado tempo, penso que duas horas de duração, tínhamos de nos apresentar aos Fiscais, com os peixes dentro do saco para ser, então, pesado. Ganhava não só quem pescasse mais quantidade; o peixe maior, ou o mais pesado, contava pontos também.
Ao final da apuração tudo terminava em almoço na Sede do Clube, com as premiações e muita alegria.
O footing era predominantemente a pé, ou de bicicleta. Carros havia poucos.
Banho na Lagoa (agora deram prá chamar de Lago ou Laguna!), principalmente quando estava baixa e entrava água salgada do mar, era uma festa! A gente caminhava “léguas” até chegar aos paus, onde já não dava pé.
Ao cair da tarde a turma se reunia na frente do Clube para conversar, flertar e namorar. A era do “ficar” ainda não existia, então as relações eram mais sinceras, mais afetuosas.
Reuniões dançantes e bailes no Clube aconteciam com muita luz e música de conjuntos ou orquestras. Nada da parafernália de sons, luzes e efeitos visuais de hoje.
Dançava-se de rosto colado (será que os adolescentes de hoje sabem o que é isso?) e, no intervalo das músicas, se já começava a haver namoro, as mãos se procuravam e dedos ficavam entrelaçados (as mãos apenas, gente!).
Bons tempos aqueles, nem melhores nem piores do que os de hoje, apenas diferentes.
Portanto, envelhecer de bem com a vida é saber acompanhar as diferenças e poder, plenamente, viver o hoje, mesmo que “aqueles tempos” nos dêem saudades.
Dr. Nei Guimarães Machado.
Médico Psiquiatra.

1 Comments:

Blogger Henriquices said...

oi pai, apesar de eu não ter vivido os campeonatos de pesca, também lembro de ir até os paus do fundo da lagoa! e na volta, tu vinhas nos arrastando!

bjs
cris

12:30 PM  

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