Comentários sobre o filme: “Jesus: A História do Nascimento”.
O filme mostra os primórdios do nascimento de Jesus, baseando-se, principalmente, nos Evangelhos Sagrados de São Mateus e São Lucas.
Os Evangelhos foram escritos provavelmente por volta do ano 70 d.C. baseados na tradição oral. Já se haviam passados 40 anos da morte de Jesus e os acontecimentos neles narrados não foram presenciados, mas sim baseados em indícios extraídos dos Profetas e de outros Escritos Sagrados.
Em Mateus há uma genealogia de Jesus para mostrar que Ele descendia desde Abrão, o Patriarca, até Davi, descrevendo um Jesus preocupado com a Justiça (3, 15).
Em Lucas se lê um escrito mais elaborado, com um perfil psicológico, diríamos hoje, dos personagens. Suas escolhas, a angústia gerada frente às decisões tomadas, os enfrentamentos à repressão e preconceitos. Aqui há um Jesus preocupado com a libertação dos oprimidos (4, 16 a 22).
A Diretora Catherine Hardwicke usando os referenciais acima citados, faz uma narrativa cuidadosa da época, mostrando ao espectador um tempo e lugar verossímil, e não as “produções glamurosas” de outros filmes sobre o mesmo tema. Vemos casas de pedra, ferramentas primitivas, roupas longas de tecidos rudes, vilarejos, longas distancias a serem percorridas numa terra desértica, etc. (as locações foram feitas em: Matera, na Itália, e em Marrocos e Israel).
Há uma Maria adolescente, com marido escolhido pelos pais, um José trabalhador, que terá um ano para “construir uma família”, e uma gravidez não prevista antes do prazo estipulado pelos costumes judaicos da época, que poderia ter terminado em tragédia. Neste aspecto o filme mostra, pela primeira vez, um José importante e não um mero coadjuvante no nascimento de Jesus. Graças a sua generosidade é que Maria pode levar adiante a gravidez e ter o filho tão desejado: o “Filho de Deus”.
A história toda, desde o nascimento até a morte de Jesus, com detalhes, encontramos na Bíblia Sagrada e em diversas outras publicações (até em “revistas em quadrinhos”). É um mito que serviu para diversas interpretações e criação de “Igrejas” e, independente de crença religiosa, ou não, permeia toda a cultura ocidental, dispensando maiores comentários.
Um belo filme, que além de narrar em linguagem cinematográfica um mito universal, conta uma história de tolerância, muito apropriada para o momento de muita intolerância dos dias de hoje (leia-se fanatismos ideológicos e religiosos dos mais diversos matizes).
Nei Guimarães Machado
Oficina de Cinema – CETRES – UCPel.
Novembro de 2007.
O filme mostra os primórdios do nascimento de Jesus, baseando-se, principalmente, nos Evangelhos Sagrados de São Mateus e São Lucas.
Os Evangelhos foram escritos provavelmente por volta do ano 70 d.C. baseados na tradição oral. Já se haviam passados 40 anos da morte de Jesus e os acontecimentos neles narrados não foram presenciados, mas sim baseados em indícios extraídos dos Profetas e de outros Escritos Sagrados.
Em Mateus há uma genealogia de Jesus para mostrar que Ele descendia desde Abrão, o Patriarca, até Davi, descrevendo um Jesus preocupado com a Justiça (3, 15).
Em Lucas se lê um escrito mais elaborado, com um perfil psicológico, diríamos hoje, dos personagens. Suas escolhas, a angústia gerada frente às decisões tomadas, os enfrentamentos à repressão e preconceitos. Aqui há um Jesus preocupado com a libertação dos oprimidos (4, 16 a 22).
A Diretora Catherine Hardwicke usando os referenciais acima citados, faz uma narrativa cuidadosa da época, mostrando ao espectador um tempo e lugar verossímil, e não as “produções glamurosas” de outros filmes sobre o mesmo tema. Vemos casas de pedra, ferramentas primitivas, roupas longas de tecidos rudes, vilarejos, longas distancias a serem percorridas numa terra desértica, etc. (as locações foram feitas em: Matera, na Itália, e em Marrocos e Israel).
Há uma Maria adolescente, com marido escolhido pelos pais, um José trabalhador, que terá um ano para “construir uma família”, e uma gravidez não prevista antes do prazo estipulado pelos costumes judaicos da época, que poderia ter terminado em tragédia. Neste aspecto o filme mostra, pela primeira vez, um José importante e não um mero coadjuvante no nascimento de Jesus. Graças a sua generosidade é que Maria pode levar adiante a gravidez e ter o filho tão desejado: o “Filho de Deus”.
A história toda, desde o nascimento até a morte de Jesus, com detalhes, encontramos na Bíblia Sagrada e em diversas outras publicações (até em “revistas em quadrinhos”). É um mito que serviu para diversas interpretações e criação de “Igrejas” e, independente de crença religiosa, ou não, permeia toda a cultura ocidental, dispensando maiores comentários.
Um belo filme, que além de narrar em linguagem cinematográfica um mito universal, conta uma história de tolerância, muito apropriada para o momento de muita intolerância dos dias de hoje (leia-se fanatismos ideológicos e religiosos dos mais diversos matizes).
Nei Guimarães Machado
Oficina de Cinema – CETRES – UCPel.
Novembro de 2007.