Sunday, November 25, 2007

Comentários sobre o filme: “Jesus: A História do Nascimento”.

O filme mostra os primórdios do nascimento de Jesus, baseando-se, principalmente, nos Evangelhos Sagrados de São Mateus e São Lucas.
Os Evangelhos foram escritos provavelmente por volta do ano 70 d.C. baseados na tradição oral. Já se haviam passados 40 anos da morte de Jesus e os acontecimentos neles narrados não foram presenciados, mas sim baseados em indícios extraídos dos Profetas e de outros Escritos Sagrados.
Em Mateus há uma genealogia de Jesus para mostrar que Ele descendia desde Abrão, o Patriarca, até Davi, descrevendo um Jesus preocupado com a Justiça (3, 15).
Em Lucas se lê um escrito mais elaborado, com um perfil psicológico, diríamos hoje, dos personagens. Suas escolhas, a angústia gerada frente às decisões tomadas, os enfrentamentos à repressão e preconceitos. Aqui há um Jesus preocupado com a libertação dos oprimidos (4, 16 a 22).
A Diretora Catherine Hardwicke usando os referenciais acima citados, faz uma narrativa cuidadosa da época, mostrando ao espectador um tempo e lugar verossímil, e não as “produções glamurosas” de outros filmes sobre o mesmo tema. Vemos casas de pedra, ferramentas primitivas, roupas longas de tecidos rudes, vilarejos, longas distancias a serem percorridas numa terra desértica, etc. (as locações foram feitas em: Matera, na Itália, e em Marrocos e Israel).
Há uma Maria adolescente, com marido escolhido pelos pais, um José trabalhador, que terá um ano para “construir uma família”, e uma gravidez não prevista antes do prazo estipulado pelos costumes judaicos da época, que poderia ter terminado em tragédia. Neste aspecto o filme mostra, pela primeira vez, um José importante e não um mero coadjuvante no nascimento de Jesus. Graças a sua generosidade é que Maria pode levar adiante a gravidez e ter o filho tão desejado: o “Filho de Deus”.
A história toda, desde o nascimento até a morte de Jesus, com detalhes, encontramos na Bíblia Sagrada e em diversas outras publicações (até em “revistas em quadrinhos”). É um mito que serviu para diversas interpretações e criação de “Igrejas” e, independente de crença religiosa, ou não, permeia toda a cultura ocidental, dispensando maiores comentários.
Um belo filme, que além de narrar em linguagem cinematográfica um mito universal, conta uma história de tolerância, muito apropriada para o momento de muita intolerância dos dias de hoje (leia-se fanatismos ideológicos e religiosos dos mais diversos matizes).

Nei Guimarães Machado
Oficina de Cinema – CETRES – UCPel.
Novembro de 2007.

Wednesday, November 21, 2007

Comentários sobre o filme: “Doze homens e uma sentença”.

Filmar teatro, ou seja, adaptar teatro para cinema, não é tarefa fácil. No entanto, em 1957, um jovem cineasta, Sidney Lumet, filmando em preto e branco, consegue.
Uma boa história, um elenco de grandes interpretações e uma fotografia de primeira, fez deste filme um clássico.
Num único cenário, uma sala abafada, claustrofóbica, doze homens têm de decidir a vida de um jovem porto-riquenho acusado de ter matado o próprio pai.
Inicialmente onze jurados votam pela condenação do acusado; todos querem terminar logo com aquilo e irem para suas vidas. No entanto o oitavo jurado, interpretado pelo magnífico Henry Fonda, quer discutir um pouco mais antes de tomar uma decisão. Esse simples questionamento acaba revelando as características de cada um dos presentes naquela sala: suas histórias de vida, atividades, motivações e os próprios preconceitos.
É nesse ponto que Doze Homens e uma Sentença se revela um grande filme: não importa o veredicto, mas sim as convicções de cada um. O inconsciente coletivo pede vingança de um homem que matou o próprio pai. O oitavo jurado pede algo mais, pede reflexão. Como decretar a morte de quem quer que seja se não há certeza?
É um estudo magistral do comportamento de um grupo e acaba questionando a verdade, a ética, os preconceitos e os fatores que envolvem o processo decisório (a esse respeito, tem sido usado em palestras motivacionais de grandes empresas sobre a tomada de decisão).
Mais que um filme “de Tribunal” sobre uma vida, acaba sendo um filme sobre a Vida.

Nei Guimarães Machado
Oficina de Cinema – CETRES
Maio de 2006.

Monday, November 12, 2007

Tradicionalmente domingo é dia de churrasco aqui no Rio Grande do Sul.
Por muito tempo, enquanto tinha filhos pequenos, isso era feito no Clube de Caça e Pesca. Um local aprazível e um tanto "comunista", pois a comunidade de churrasqueiros era grande e sempre se provava um pouco de tudo e de todos. Era tempo de "comunistas" mais humanos e não tão corruptos e gananciosos como os de hoje!
O tempo passou, filhos cresceram, cada um tomou rumo, mas sempre há espaço para reencontros muito prazerosos.
Pois não é que chegou a hora dos netos? Nem que seja um "neto emprestado", como o da foto ao lado. Gabriel é seu nome e entre nós há uma grande afinidade, camaradagem e afeto. Sou o vovô Nei que sabe a identidade secreta dos super-heróis, que conta a história do tapete mágico, que faz mágica com a moeda que desaparece e, depois, aparece em qualquer parte do corpo dele. Preferencialmente atrás da orelha, no nariz, ou saindo de dentro da boca. Tudo isso acompanhado de gostosas gargalhadas.
Para meu orgulho, e desespero da vó dele, diz que "quando ser grande vai ser médico que nem o vovô Nei". Bah! é de encher o peito!
Então ontem, domingo, me ajudou a fazer o churras. Foi um barato, pois estava muito compenetrado, preparando a carne para salgar. O salsichão, colocado na grelha, foi tarefa dele (contou com uma certa ajudinha da dinda Cris). Há outras fotos e até um filmezinho, mas não dá para publicar tudo.
Num outro momento relatarei outras façanhas minhas e dele.
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