Cine Capitólio: retrato de uma época.
Década de 50 (século passado!), início da adolescência. Diversão principal, ir ao cinema ou às “brincadeiras”: reuniões dançantes, principalmente em aniversários de 15 anos.
Dos cinemas de então, o mais elegante era o Capitólio onde, como diria Lula, iam as “zelites”.
Matiné dos domingos. Onde ficar: na platéia ou no “trenzinho”?
Na platéia geralmente já com a guria ao lado. Nada de agarramentos; se possível de mãos dadas. Ah! Pegar da mão! Quase como estar no céu.
No trenzinho ficavam os descompromissados, tentando, e às vezes conseguindo, flertar com as gurias da platéia.
Quando sobravam uns trocados, após pagar a entrada, o chique era chamar o Baleiro. Um quarteto formado por Kanelão, Carpim, Zigomar e Romano. Gente fina! Gente de outra época. Depois escolher o que comprar, quando o dinheiro dava para fazer escolhas: Chocolate Gardano, Taco de Ouro e as caixinhas vermelhas de passas de uva.
Na saída dar um pulo até a Quinze, para seguir olhando as gurias e até arriscar um sanduíche na Taberna do Willy.
Aos sábados a noite havia o “programa duplo”: pagava-se uma entrada e se via dois filmes. Geralmente terminava lá pelas 11 da noite e se podia, ainda, dar uma circulada em volta da Praça ou, novamente, uma passada na Quinze. Sem medo, pois bandido só o Pinóquio, que “atuava” na Várzea.
Os anos passaram, as filas (também chamadas de bichas), que quase circundavam o quarteirão do Capitólio, foram diminuindo, outros cinemas começaram a fechar e a culpa, como sempre, caiu no expectador, que não “prestigiava”, ficava em casa vendo vídeo-cassete, depois DVD, etc.
Culpa só nossa? E os Empresários? O que fizeram para melhorar os cinemas, dar o conforto do ar-condicionado no verão e a calefação no inverno? E a segurança? Cinemas “de rua”, realmente estão em extinção, mas poderiam, enquanto não existir um shopping em Pelotas, pelo menos contratar algum tipo guarda, vigia, vigilante, sei lá o quê, para não sermos assaltados ao final da sessão de cinema.
Convenhamos, ficar sem cinemas em nossa cidade é mais um atestado da mentalidade estreita que permeia a cabeça de nossos empreendedores.
Década de 50 (século passado!), início da adolescência. Diversão principal, ir ao cinema ou às “brincadeiras”: reuniões dançantes, principalmente em aniversários de 15 anos.
Dos cinemas de então, o mais elegante era o Capitólio onde, como diria Lula, iam as “zelites”.
Matiné dos domingos. Onde ficar: na platéia ou no “trenzinho”?
Na platéia geralmente já com a guria ao lado. Nada de agarramentos; se possível de mãos dadas. Ah! Pegar da mão! Quase como estar no céu.
No trenzinho ficavam os descompromissados, tentando, e às vezes conseguindo, flertar com as gurias da platéia.
Quando sobravam uns trocados, após pagar a entrada, o chique era chamar o Baleiro. Um quarteto formado por Kanelão, Carpim, Zigomar e Romano. Gente fina! Gente de outra época. Depois escolher o que comprar, quando o dinheiro dava para fazer escolhas: Chocolate Gardano, Taco de Ouro e as caixinhas vermelhas de passas de uva.
Na saída dar um pulo até a Quinze, para seguir olhando as gurias e até arriscar um sanduíche na Taberna do Willy.
Aos sábados a noite havia o “programa duplo”: pagava-se uma entrada e se via dois filmes. Geralmente terminava lá pelas 11 da noite e se podia, ainda, dar uma circulada em volta da Praça ou, novamente, uma passada na Quinze. Sem medo, pois bandido só o Pinóquio, que “atuava” na Várzea.
Os anos passaram, as filas (também chamadas de bichas), que quase circundavam o quarteirão do Capitólio, foram diminuindo, outros cinemas começaram a fechar e a culpa, como sempre, caiu no expectador, que não “prestigiava”, ficava em casa vendo vídeo-cassete, depois DVD, etc.
Culpa só nossa? E os Empresários? O que fizeram para melhorar os cinemas, dar o conforto do ar-condicionado no verão e a calefação no inverno? E a segurança? Cinemas “de rua”, realmente estão em extinção, mas poderiam, enquanto não existir um shopping em Pelotas, pelo menos contratar algum tipo guarda, vigia, vigilante, sei lá o quê, para não sermos assaltados ao final da sessão de cinema.
Convenhamos, ficar sem cinemas em nossa cidade é mais um atestado da mentalidade estreita que permeia a cabeça de nossos empreendedores.